30 de jun. de 2008

SÃO JORGE E O DRAGÃO
















SÃO JORGE E O DRAGÃO

A antiga estrada, passando por São Conrado, era o único acesso ao bairro de Jacarepaguá de quem vinha da zona sul.

Passava pelo Joá e, 'meandrando', descia a serra e ia pelo Itanhangá, passava junto de lagoas limpas, e lá se chegava.

Assaltantes, naqueles tempos, só eram vistos em filmes de cow-boy.

Nessa estrada comprava-se frutas da estação, flores e mudas de planta, e santos ali esculpidos à beira da estrada.
O escultor chamava-se Baiano. Ele e a mulher, usando de madeiras ali encontradas, esculpiam Nossas Senhoras variadas, São Franciscos com inventados passarinhos e Santo Antônios com o menino, maior ou menor, dependendo da largura do toco sendo esculpido.

Um dia, de passagem, vi esse São Jorge.

A escultura do santo o apresenta com um antigo capacete de piloto, um malandro e fino bigode e uma lança. Também o mostra montado num cavalo que, para caber na peça, é mínimo.

E tudo isso atropelando um dragão verde que, ferido e desajeitado, ainda irá morrer pela lança de São Jorge.

Outras esculturas do Baiano enfeitam a casa.

Mas o valoroso São Jorge é quem a guarda e me assegura que já não há mais razão para se ter medo de dragões.

rio - 1/8/2003

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SILVA COSTA - Pintor, nascido em São Paulo, Brasil, em 1927. Morou e estudou no Rio de Janeiro até 1949 quando viajou para os EEUU. Estudou desenho e pintura no Institute of Mechanics and Tradesmen em Nova Iorque, mudando-se em 1950 para a California, Carmel-by-The-Sea onde trabalhou e estudou desenho e pintura. Trabalhou na Army Language School na vizinha cidade de Monterey e estudou técnicas do retrato com Warshowski. Em 1955 viajou para a Europa onde estudou, na Academie de La Grande Chaumiere, em Paris por alguns meses.