29 de ago. de 2009

TRECHO DE CARTA PARA SÔNIA

Dois queridos amigos, um casal maravilhoso, mudam-se para Paris.
Tempos após sua ida, e acho que por sentir falta dos dois, mandei-lhes
uma longa carta... Paris...meu período lá tentando estudar ...a vida
no Rio e outras considerações. Uma longa carta.

Hoje encontrei cópia, reli e, me permitindo um momento mais cordial e
menos censurado que tenho com meus escritos, tirei um trecho que aqui
transcrevo.

E isso, acredito, é por conta de uma saudade deles dois.

DE UMA CARTA PARA SÔNIA LINS - 20-setembro-1991

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Deixei de ver muitas coisas e, pensando bem, eu talvez não tenha querido ver..

Isso me faz pensar numa passagem de um pequeno ensaio a ser escrito sobre moça,
cega de nascença, que por conta de um transplante, passou a enxergar.

Naturalmente que o fato de ver, para quem jamais o tinha feito, é por si só um acontecimento da maior importância... todo um mundo de comparações entre aquilo que se imaginava e que, agora, se podia ver.
Formas, cores e movimentos, sem dúvida, um acontecimento incomparável.

0 "it" da coisa toda, porém é que ela se apaixona perdidamente por um jovem e,
ao acariciar sua mão, ela fecha as olhos para sentir melhor o toque, a maciez,
e o calor da pele em que tocava.

De olhos fechados se vê melhor?

Não é verdade que muita vez cerramos nossos olhos para melhor sentir?

Acho que podemos lembrar das ocasiões em que fizemos isso. Há gente que cerra os olhos para saborear um vinho, sentir um perfume, descobrir o que contêm um embrulho de presente.

Fico imaginando se isso não é uma inconsciente recordação de um período ainda uterino, tépido, aconchegante, no silêncio "submarino" do ventre materno.
Uma lembrança talvez ainda mais antiga, milhões e milhões de anos, de quando saímos do mar ...com os olhos ofuscados por uma nova luz

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27 de ago. de 2009

COMPANHEIROS DOS TEMPOS DO BAR INGLÊS



Nestas imagens estão meus velhos companheiros dos tempos

do saudoso BAR INGLÊS.

Hoje, em seu lugar, existe uma sala de autópsia.

Há um ditado que diz: Não há bem que sempre dure,

nem mal que não se acabe.

Quem criou esse ditado sabia das coisas.

AQUARELA DOS VELHOS TEMPOS


Nem sei quando fiz essa aquarela.

Pintada sobre cartolina preparada com acetato de polivinila.

Essa explicação é para criar mais importância a um pequeno trabalho, só isso!

MAIS RABISCOS NO GUARDANAPO





Essa da " PISCINA DE NEGÒCIOS " eu mesmo não entendi.

18 de ago. de 2009

UM USO PRA VELHAS MEMÓRIAS



E logo pensaram que eu iria falar da minha que funciona mal . . .

O assunto é outro. Encontrei alguns velhos cartões SMART MEDIA de 8 megabites na gaveta de guardados e lembrei das câmeras fotográficas antigas (onde esses cartões eram usados) e que pertencem ao passado.
Com pena de simplesmente jogá-los fora, e matutando um pouco, coloquei um deles num leitor de cartôes e descobri a pólvora:

Nelas posso guardar uma infinidade de arquivos de texto. Ou um livro inteirinho, do tamanho do Budapest do Chico Buarque, só que zipado.

Quanto a docs, poesias e velhas cartas, tem espaço de sobra.

Gostei de achar um uso para algo que já foi muito útil.

Acredito que se poderia encontrar mais o que fazer com essas pequenas memórias.

O que você acha?

13 de ago. de 2009

FARAONA -



Galinha D´Angola ou Faraona, como dizem os italianos. . .

O quadro acima, uma encáustica, foi parte da decoração do restorán "FARAONA" em Itaipava até 2004 quando encerrou suas atividades.

O quadro nasceu de uma régia encomenda a mim feita pelo poeta maior Celso Japiassu.

Fiquei menos pobre quando o poeta, além de gourmet que é, quis ser co-proprietário de um restorán de qualidade onde, quem mandava, era sua amada.

Aos implicantes - o termo "restorán" é o certo pois, meio ignorante que sou, fui consultar o Houaiss.

Quanto a "gourmet", diz o dicionário: -"Indivíduo que é bom apreciador e entendedor de boas mesas, de bons vinhos e se regala com finos acepipes e bebidas."

Descreveu o poeta!!

MAIS DOODLING ou MAIS RABISCADOS



Tenho um volumoso volume de matéria sentimental que apelidei de "Ego-TRIP".
Uma viagem ao passado com fotos, recortes, cópia de cartas, matéria de exposições
e até originais de cartas que nunca foram entregues. Nada de importante a não ser
o prazer de ver como era, e como mudou. Para melhor ou pior?

Não é o caso!

Nele há inúmeras páginas de rabiscos. E essa aí é uma delas.

12 de ago. de 2009

NO UTUBE


Pequenos vídeos no UTUBE - procure por JCSC80


RABISCAR




No restaurante enquanto aguardava a moça, e depois o bife-a-cavalo, rabisquei.
Em inglês "rabiscar" é doodling.

11 de ago. de 2009

A FORMIGA E A ENXURRADA



Já tem algum tempo que venho tentando o escrever sobre as formigas na pia de minha cozinha.
Todas as noites, por volta das 10 horas, eu lá compareço, e ao refrigerador, para saborear um pedaço de queijo francês com uns "crackers", aqueles que tem umas sementinhas coladas.

Normalmente, nessas horas noturnas, sempre via pequenas formigas andando junto à parede e às vezes por cima da pia mas isso não me incomodava. Eram mínimas e estavam ali comendo sobras.

Há coisa de uns dois meses apareceram mais formigas. Diferentes. Grandes, marrom escuro, diferentes em tamanho e velocidade. Andavam rápido de um lado para do outro e ignoravam minha presença até que as tentasse expulsar dali. Se escondiam atrás do que estivesse na pia e dos vidros de componentes da minha comida, fórmula própria, com os ingredientes que me fariam um velho mais enxuto.

Imagino que somente iriam reaparecer quando eu apagasse a luz da pia.

Visitantes da noite! Só apareciam depois das 9 ou 10 da noite. Nunca antes.

A novidade dessas formigas grandes e invasoras começou a me incomodar, e reagi as espantando ou empurrando para dentro da pia.
Até que um dia em que haviam umas três ou quatro por ali e, com o lado da mão, empurrei duas delas para dentro da pia e abri a água para delas me livrar.

Uma, caída perto do ralo, é puxada pela água e quase desaparece ralo a dentro.
Fiquei assistindo sua luta para se livrar da enxurrada. Em um momento desapareceu para, logo em seguida, se mostrar de volta lutando para escapar.

Lutou, subiu um pouco na lateral do esgoto, foi puxada de novo e quase desaparece ralo a dentro.

De repente percebi que eu estava torcendo pela formiga. Eu a via lutando desesperadamente para se salvar e sua luta tocou meu coração (bancando o poeta).
Finalmente ela venceu a batalha e eu, com o coração mais leve, a vi subindo pelo lado da pia, fugindo da água.

Encurtando a estória: - Hoje elas aparecem na pia, andam por lá sem serem incomodadas e, pior de tudo, quando vou ao meu "queijo com biscoito" pelas 10 da noite e elas não estão por lá, sinto mais presente a solidão com que decidi viver.


Pode?

3 de ago. de 2009

NESSE INACREDITÁVEL MAR DE ESMERALDA



Não sei de quem é a foto dessa pequena ilha pois a copiei de um .pps, "My favorite philosophy" que me foi repassado por uma querida amiga. Impossibilitado de dar o merecido crédito ao autor, bato palmas pelo seu engenho e criatividade.

Pelo tamanho dessa ilha vê-se que não pode ser habitada. Pequena demais para produzir alimentos; talvez sua reserva de ãgua potável seja insuficiente. Não dá para construir casa nem nada -- seria um pecado contra sua integridade e contra a forma que, de tão perfeita, não pode ser alterada.

A natureza a decora com flores e arbustos e lhe coloca no topo uma arvore desenhada por algum dos deuses da natureza.

E o mais fantástico: Essa árvore no topo, de intocável beleza de desenho, lembra um bonsai; o tamanho não confere mas, ter crescido e obtido esse formato, só podem ser devidos à mínima profundidade da terra onde crescem suas raízes.

Vou torcer para que se mantenha solitária e longe do homem que nada mais é do que a doença do planeta.

Não concorda? Então veja por onde ele andou e o que fez.

2 de ago. de 2009

O MORRO AO LADO DO COPACABANA


Nasci no mesmo ano dessa foto (imagem, pintura) e aqui copio para mostrar que havia um morro ao lado do Hotel Copacabana. Muitos a quem eu disse isso não acreditaram.

Frequentador da piscina quando guri, me lembro que havia uma quadra de ténis e, logo após, o desaparecido morro que deu lugar a construções na Avenida Atlántica, inclusive o Hotel Excelsior

Foi demolido na parte que ia da praia até o lado direito da Av. NS de Copacabana.

Os bondes (suspiro de saudade...) vinham da cidade pela Rua Viveiros de Castro e somente alcançavam avenida NS de Copacabana depois de passar pela Rua Inhangá.

O que sobrou do morro ainda está lá e tem acesso pela Rua Barata Ribeiro, esquina da Praça Cardeal Arcoverde.

Nessa esquina mora um poeta.

Credito: A foto (?) foi tirada de "Rio Antigo", um trabalho de Carlos Gustavo Nunes Pereira.

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SILVA COSTA - Pintor, nascido em São Paulo, Brasil, em 1927. Morou e estudou no Rio de Janeiro até 1949 quando viajou para os EEUU. Estudou desenho e pintura no Institute of Mechanics and Tradesmen em Nova Iorque, mudando-se em 1950 para a California, Carmel-by-The-Sea onde trabalhou e estudou desenho e pintura. Trabalhou na Army Language School na vizinha cidade de Monterey e estudou técnicas do retrato com Warshowski. Em 1955 viajou para a Europa onde estudou, na Academie de La Grande Chaumiere, em Paris por alguns meses.