27 de nov. de 2010

“o meio de todas as coisas”

Do livro de estréia de Gregorio Duvivier,

“A PARTIR DE amanhã EU JURO QUE a vida vai ser AGORA

o poema:  O meio de todas as coisas

 

o meio de todas as coisas

entre o fim do começo e o começo

do fim toda coisa tem uma massa

inerte feito ponte pela qual

passamos distraídos - ou não:

os astecas sentiam chegar o exato

momento do meio da vida - o meio

do meio da vida, o momento em que

o que já vivemos é exatamente

igual ao que ainda não vivemos

-- e nesse momento preciso o mais

comum dos astecas sentia uma súbita

e inexplicável vontade de tomar um trem

mas como ainda não o tinham inventado

ele acabava por entristecer-se.

(daí a tristeza, essa vontade de algo

que ainda não inventaram)

 

*************************************

E uma explicadinha:

Em respeito ao autor tentei manter a composição

gráfica das linhas e tamanho de tipo.

Não sei como se comportará a página do blogger

quando a publicar.

Agradeço pelo livro e o abraço na dedicatória.

Sucesso e muito socego no seu bairro da Gávea,

SC

 

XXXXXXXXXXX  27 NOVEMBRO 2010  XXXXXXXXXXX

25 de nov. de 2010

DESENHO SOBRE FOTO

     doPAD2

 

 

xxxxxxx  26  Novembro  2010   xxxxxxxxx

21 de nov. de 2010

Intervenção

Veja que coisa mais simpática:

Uma querida amiga da longínqua Juiz de Fora decidiu

intervir no desenho de uns dias atrás.

Era este:






A as mudanças feitas que, agora, passam a ser a

imagem final e não poderá ser mudada.

Aí está:


O "modificado" tem grande e complexa explicação.

Pensei em enumera-las mas, considerando que poucos entendem os gestos de

fundo abstrato que regem "linhas revistas e melhoradas", me contive.

Cada um entenda como quiser e puder e, se desejar, explique o que achou.

Quê tal?





rio  XXXXXXXXXXX  21 nov 2010 XXXXXXXXXXX

19 de nov. de 2010

O QUE MUDOU OU NÃO . . .

 

O texto abaixo, de autoria do mui querido amigo e recém

falecido Flávio Serrano, já andou por aqui em agosto de

1999 que acho valer a pena ler de novo

Leia e me diga se não merece ser repetido.

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De Flavio Serrano :

                                 *

O cruzamento da Rua Visconde de Pirajá com a Avenida

Henrique Dumont já levou, nos idos tempos do início deste

século, o bucólico nome de "Largo do Bar Vinte".

Por que ?

A Visconde de Pirajá era conhecida inicialmente como

"Rua Vinte de Novembro", isso desde 31-10-1917, quando

o decreto 1.165 consolidou num único ato as denominações

de todos os logradouros públicos da cidade do Rio de Janeiro.


O hoje bairro de Ipanema era a chamada "Villa Ipanema",

loteada por José Antonio Moreira Filho, o 2º Barão de Ipanema,

tendo o seu plano inicial sido aprovado pela Prefeitura em

26-4-1894, há 105 anos, portanto.

Sua mulher (a dele, óbvio) era a Dona Luísa Rudge, e havia

nascido naquela data, 20 de novembro. O Barão então colocou

essa data para denominar a principal rua do nascente bairro.

Esse tipo de homenagem ele fez ao longo do loteamento,

galardeando seus parentes e as datas natalícias da família.

A Barão da Torre, por exemplo, foi Vinte e Oito de Agosto,

data de nascimento do próprio Barão de Ipanema (28-8-1830).

Já a Visconde de Pirajá recebeu esse nome em 9-11-1922.

Portanto, apenas cinco anos após ter o nome de Vinte de

Novembro oficializado, viu suas placas serem mudadas.

Verifique que essa triste mania de trocar nomes de ruas

já existe há bem mais de um século. Algum psicanalista,

psiquiatra ou similar talvez possa nos explicar o porque

desta "característica" do homodito sapiens.

Voltando ao Largo do Bar Vinte - ele identificava um café

e bar existente naquele cruzamento, no tempo em que os

bondes da Cia. Ferro-Carril do Jardim Botânico, da linha

de Ipanema, faziam ali seu retorno, pois ainda não existia

a ponte sobre o canal do Jardim de Alá, ligando Ipanema

ao Leblon.

Estamos falando dos anos iniciais deste moribundo século XX.

Esse nome persistiu até 13-7-1955, quando então foi mudado

para "Praça Alcázar de Toledo" (decreto 12.893).

A cidade de Toledo, situada às margens do Rio Tejo, na

Espanha, foi em 711 conquistada pelos árabes e tornou-se

então um importante centro irradiador de prosperidade e

cultura.

O Alcázar de Toledo (al-qaçr = palácio, em árabe) foi construido

no reinado de Carlos I e destruido parcialmente durante a

guerra civil espanhola, sendo considerado como uma das

jóias da arquitetura histórica da Espanha.

Porque mudar um nome histórico perfeitamente identificado

ao local – Largo do Bar Vinte - para um outro, homenageando

um distante palácio no além-mar, é um desses mistérios da

administração pública carioca.

São os mesmos gênios que mudaram há pouco a Avenida

Sernambetiba para Lucio Costa, porque ele foi, entre

outras coisas, o autor do Plano da Barra da Tijuca.

Só que tem que, se você olhar o plano original do Lucio

e o que depois ver o que foi implantado lá, vai ficar sem

entender nada. E homenagem por homenagem, já existia

há muito tempo a Ponte Lúcio Costa,entre Américas e a

Praia, ali perto do Barramares.

Você até pode me convencer que a homenagem ao arquiteto

está em um bom lugar. Mas acho que vai acontecer o mesmo

que temos no Aterro do Flamengo - do Monumento dos

Pracinhas até Botafogo o nome oficial é "Parque Carlos


Lacerda" há mais de dez anos. Entretanto, não há uma

placa siquer, assim indicando. E' como o JB dizia esta

semana em correto editorial : se o novo nome não "pegar"

na boca do povo, não há decreto ou placa que resista.

A Alvorada só virou Ayrton Senna porque evidentemente

era o desejo do povo homenagear o grande campeão.

Mas a Suburbana se tornar Dom Hélder Câmara ?

A Sernambetiba virar Lúcio Costa ? Só na cabeça do prefeito

de Barcelona, digo, Rio.

Lembra das besteiras que o César Maia fez com o nome

do Tom Jobim ?


Veja o caso da Linha Amarela - é oficialmente a Auto-Estrada

Governador Carlos Lacerda. Alguem a chama assim ?

A Linha Vermelha é a Auto-Estrada Presidente João Goulart.

Essa, eu acho que nem o Conde sabe disso.

(E o Jango já é nome da antiga Estrada do Vidigal há

muito tempo).

Os casos desse teor são inúmeros. Tunel Engenheiro André

dos Santos Dias Filho e não Tunel do Pasmado. E muitos,

muitos outros.

Para nos restringirmos ao seu Leblon, quer me explicar

o porque da homenagem ao General Artigas ? José Gervásio

Artigas foi o proclamador da independência do Uruguai

no século XIX, e para manter sua terra livre dos opressores

argentinos, "lutou contra os exércitos lusos-brasileiros que

invadiram a Banda Oriental" - esta é a descrição constante

nos livros, ipsis literis, e portanto assim temos uma

homenagem a um inimigo do Brasil.

Dá para entender ?

Bem, pelo menos, você não encontrará nenhuma rua Hitler

ou Mussolini ou Solano López no guia dos CEPs do Brasil -

mas encontrará uma rua Imperador Hiroito (!) no interior

de São Paulo.

Já o Dom João VI, que deu nova personalidade, novo status

ao Brasil ao vir para cá trazendo a Corte em 1808, é tão

somente nome de uma pequena rua no bairro de Bangu,

perto da estação dos trens.

O vereador Wilson Leite Passos apresentou há tempos um

projeto que impedia, por vinte anos, qualquer mudança

de nome em logradouros públicos.

Não sei se chegou a ser aprovado.

Bem, fechando o assunto, fica uma pergunta : por que

a placa no ex-Largo do Bar Vinte diz agora "Praça Espanha" ?

Sinceramente, não sei. Quando eu tiver um tempinho,

vou dar um pulo no Piranhão, e saber do nome correto lá


nos arquivos do Serviço de Nomenclatura da Secretaria

Municipal de Urbanismo.

Espanha ou Alcázar de Toledo, that's the question.

 

p/t

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XXXXXXXXX   rio 19 nov 2010  XXXXXXXXXX

15 de nov. de 2010

LINHAS SOLTAS E ENFEITADAS . . .

naCORDA

Das oito linhas acima, veja só, três estão livres.

E para elas aceito sugestões.

Não vale sacanagem, por favor!

 

 

XXXXXX  15  NOV  2010  XXXXXXX

14 de nov. de 2010

VELHOS AMIGOS.

old-amigo

Minha saudade tem tempos, tem lugares, tem

festas; tem momentos bons e momentos ruins.

Tem desejos obtidos e outros sabiamente negados

pelo destino.

Minha saudade tem momentos cheios de velhos

amigos que já se foram. Não deviam ter ido.

Foram embora muito contra a minha vontade!

Além da afável e alegre convivência que com

eles passei, em minha memória ficou a surpreza

com que recebi seus gestos de grande e

desinteressada generosidade.

Mas o bom é que alguns estão vivos por aí e,

ao os ver ou neles pensar, lembro e sinto

como a vida me foi boa.

 

XXXXXXX  14  NOVEMBRO  2010  XXXXXXX

12 de nov. de 2010

FOTO REPORTAGEM P/ GOODTIMES

PROCURANDO TRIPULANTES . . .

O proprietário e mestre do saveiro "Tamoaí" procura 5 homens para ajudar na navegação à vela e motor deste barco numa viagem à Fernando de Noronha na 2a. quinzena do próximo mês de janeiro de 2011.
A razão da viagem é levar sete jovens americanas e uma canadense, modelos da revista GoodTimes dos EEUU, para filmagens no transcorrer da viagem e durante uma estada de 8 dias na ilha.
As acomodações são exíguas no veleiro, onde há somente 4 cabines: porém confortáveis e luxuosas quando em Fernando de Noronha.
Terão preferência homens saudáveis, maiores de idade, que possam tripular a embarcação, que entendam inglês e que tenham alguma noção de fotografia e cinema.
A boa aparência dos tripulantes é necessária devido as filmagens a serem realizadas onde os mesmos aparecerão como figurantes.
O bom relacionamento entra as modelos e tripulantes é desejado para o bom resultado das filmagens.
Os selecionados receberão uma quantia fixa de US$14.000, uma passagem aérea para o retorno Recife-Rio e alimentação, bebidas e diárias nos hotéis em que pernoitarem.
Eventualmente, na ida, poderá ser necessária uma parada de uns dias em Salvador, Bahia, para fotos e reposição de alimentos, bebidas, água e diesel.
O telefone de contato será fornecido quando o estaleiro confirmar a data da entrega do saveiro após reforma das acomodações internas e quando o editor da GoodLife, Mr. Uat Lie, enviar o numerário e autorizar a vinda das jovens modelos.
Aguardem.

XXXXXXXXX  12  NOV   2010  XXXXXXXXX

11 de nov. de 2010

RELENDO VELHOS TEXTOS

este é de 18 de junho de 2002.  Aqui vai:


A CASA BRASILEIRA

Há mais de duzentos anos já estava desenhada a casa 
brasileira.

Espaçosa, paredes grossas, janelas altas com venezianas 
e vidros, tetos altos e circundados por gregas, telhado com 
telhas de barro, e construída com atenção à insolação e 
à ventilação.

Esses elementos eram usados por simples questão de 
sabedoria.
As paredes grossas a faziam térmica, evitando o calor 
externo.

Quente e mais leve, o ar subia e  as paredes altas lhe 
permitiam escapar pelos frisos no teto (gregas) para o 
telhado, baixando a temperatura do interior. 

As telhas curtas de cerâmica permitiam a melhor
dissipação do calor.

A casa era total e explendorosamente aberta pelas
manhãs. O sol e o ar, fungicidas e germicidas (com
licença pelo  pequeno exagero), invadiam a casa e,
retirando a umidade e o mofo, lhe davam saúde.

Depois do almoço, no forte do calor, as janelas eram 
semi-cerradas e assim mantinham um pouco do frescor 
da manhã.

Há duzentos anos já se sabia da importância de
construir a casa com atenção aos ventos e ao nascer
e morrer do sol. 

Assim a maioria das casas era clara e bem ventilada.
Mas, da mesma maneira que o homem destruiu o 
equilíbrio de uma linda  ilha ao nela desembarcar com
uma cabra, aqui ele copiamos o desenho lá  de fora
onde há severos invernos, e, macaqueando a forma
sem atentar ao conteúdo, fizemos o palácio de vidro.

Alguns tão imbecis que nem as janelas podem ser
abertas.

Sem a possibilidade de uma ventilação natural e
com  largos espaços sem iluminação por luz natural,
copiando sem adaptar,  em vez do "rococó",
os arquitetos de fama criaram o "tecnococô ".

Talvez agora, vítimas de enorme angustia e trágico
desconforto, a macacada entenda que  moramos em
um país tropical, abençoado por Deus e bonito  por
natureza . . . mas pobre em energia.

Será que aprenderemos?

10 de nov. de 2010

10 SEGUNDOS > > >

http://www.youtube.com/watch?v=94RMRIRm7ek

O negócio é o seguinte:

Em inglês é o "doodling" (Make a doodle; draw aimlessly) que

entre nós seria "rabiscar" que é o que muita gente faz ao falar

ao telefone.

Há páginas cheias desses rabiscos que são belas e curiosas

pelo que podem representar.

Já escrevi sobre isso e coloquei, há séculos, no blogger.

Tentei ver mais dentro desse doodling e verificar se

conseguiria uma série desses rabiscos sem entrar no

figurativo. Em outras palavras, um rabisco inexplicável.

Durante dois meses tentei um por dia, em menos de

10 segundos, para ver o que saía.

O resultado está no vídeo do endereço acima que mostra

que é difícil escapar do que aprendemos na escola.

O vídeo não é interessante e, sobretudo, muito mal-feito.

Usei o MovieMaker e apanhei uma surra para compor

as fotos e incluir texto e a musiquinha.

Não perca seu tempo vendo esse vídeo a menos que

queira se certificar de que eu também sou ruim de vídeo e de

rabiscos.

Um abraço

  sc

 

XXXXXXXXX  10  NOVEMBRO  2010  XXXXXXXXXX

8 de nov. de 2010

DEPOIS DE 30 ANOS .. ..

 

Em 1980, na casa atual, montei minha oficina de arte ….

(“oficina de arte” ?…parece meio pretencioso )

ou meu atelier de pintura (melhor?)  e num canto

da sala, num lugar que acabou deposito, coloquei

o desenho abaixo, da modelo da Academie de la

Grande Chaummiere, Ceci, que gentilmente posou

para o desenho (nankim sobre papel) em 1955.

Hoje, buscando outra coisa, achei o desenho.

Dani1955

com minha assinatura daquela época:

Paris55

Ceci era bem mais bonita do que em meu desenho.

 

 

XXXXXXXX   8  NOVEMBRO  2010   XXXXXXX

6 de nov. de 2010

DEZ SEGUNDOS . . .

Obrigado por 60 anos a desenhar algo que fizesse sentido,
obedecendo as regras normais aprendidas na escola e nos
cursos de arte e desenho, decidi criar uma coleção de
desenhos do absurdo, digo, desenhos sem sentido.
DRAWN (06) DRAWN (01) DRAWN (02) DRAWN (03) DRAWN (04) DRAWN (05)
Sem obedecer a qualquer regra e num tempo máximo de
dez segundos, todas as manhãs ao chegar no atelier, usando
um frasco plástico de adoçante, cheio com tinta preta espessa
como pincel ou caneta, sobre folhas de bom papel de desenho
medindo 17 X 25 centímetros, preenchi 62 folhas.
DRAWN (12) DRAWN (07) DRAWN (08) DRAWN (09) DRAWN (10) DRAWN (11)
Acho que essa empreitada de 10 segundos foi para descontrair
do rigor das regras gravadas a fogo nos tempos de academias
e aulas particulares.
DRAWN (18) DRAWN (13) DRAWN (14) DRAWN (15) DRAWN (16)DRAWN (17)
Abstrações? Talvez.
Quem já viu alguns deles, como era de se esperar, sempre dizia
que " parece com ...." mesmo após lhes dizer como foram
confeccionados.
DRAWN (27) DRAWN (19) DRAWN (20) DRAWN (21) DRAWN (22) DRAWN (23) DRAWN (24) DRAWN (25) DRAWN (26)
A empreitada exclui 62 "rabiscos" iniciados em 3 de setembro
p.p. e terminados em 2 de novembro p.p. (sempre curti esses
"p ps" do próximo passado).
Colocados aqui no blogger, não acharei nada demais se quem
vir o desenho achar que parece com alguma coisa.

E mais outros rabiscos


DRAWN (62) DRAWN (25) DRAWN (26) DRAWN (27) DRAWN (28) DRAWN (29) DRAWN (30) DRAWN (31) DRAWN (32) DRAWN (33) DRAWN (34) DRAWN (35) DRAWN (36) DRAWN (37) DRAWN (38) DRAWN (39) DRAWN (40) DRAWN (41) DRAWN (42) DRAWN (43) DRAWN (44) DRAWN (45) DRAWN (46) DRAWN (47) DRAWN (48) DRAWN (49) DRAWN (50) DRAWN (51) DRAWN (52) DRAWN (53) DRAWN (54) DRAWN (55) DRAWN (56) DRAWN (57) DRAWN (58) DRAWN (59) DRAWN (60) DRAWN (61)

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SILVA COSTA - Pintor, nascido em São Paulo, Brasil, em 1927. Morou e estudou no Rio de Janeiro até 1949 quando viajou para os EEUU. Estudou desenho e pintura no Institute of Mechanics and Tradesmen em Nova Iorque, mudando-se em 1950 para a California, Carmel-by-The-Sea onde trabalhou e estudou desenho e pintura. Trabalhou na Army Language School na vizinha cidade de Monterey e estudou técnicas do retrato com Warshowski. Em 1955 viajou para a Europa onde estudou, na Academie de La Grande Chaumiere, em Paris por alguns meses.