22 de jul. de 2010

ANTIGAS BOLAS DE VIDRO

e duas fotos tiradas através de boias de vidro . . .








As grandes redes de pesca de antigamente, para se manterem

abertas enquanto as traineiras as rebocavam, usavam de um

peso de um lado e de boias de vidro do outro.

Eram realmente de vidro e do tamanho de pequeno melão. Foram

substituídas por peças de cortiça, mais em conta no preço

e mais resistentes aos impactos do lançamento da rede e

seu recolhimento posterior.

Essas lindas bolas sumiram. Alguns brechôs as venderam por

algum tempo e, como quase tudo, desapareceram.

Um dia um amigo, dono de imensa propriedade e de um

mui misterioso porão que, pelas dimensões e altura,

diziam ser um porão habitável, mostrou-me algumas

dessas bolas e perguntou: - Quer alguma?

Escuro, mal iluminado e sombrío, o porão sugeria mistério,

e era habitado por pequenos roedores, por alguns pássaros

que gostavam do silêncio e da penumbra.

A primeira vez que alí entrei pensei nos dragôes das

estórias que ouvi menino e em que acreditei existir.

Talvez! Quem sabe? Depois do que nos ensinaram nos catecismos,

nas crenças populares e seus perigos (Beber água no sol faz

ficar com a boca torta!) sobre céus e infernos... porque não?

Talvez alguma daquelas bolas de vidro fosse de sonoro cristal

e tivesse poderes mágicos...

Bom, guardei algumas e duas estão penduradas em meu atelier.

Hoje, com uma delas, tirei algumas fotos para ver se

coisas mágicas poderiam aparecer.

Aí está o resultado. Tudo distorcido e confuso?

Talvez seja como os dragões vêem as coisas.

Talvez...





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Rio 22 julho 2010

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SILVA COSTA - Pintor, nascido em São Paulo, Brasil, em 1927. Morou e estudou no Rio de Janeiro até 1949 quando viajou para os EEUU. Estudou desenho e pintura no Institute of Mechanics and Tradesmen em Nova Iorque, mudando-se em 1950 para a California, Carmel-by-The-Sea onde trabalhou e estudou desenho e pintura. Trabalhou na Army Language School na vizinha cidade de Monterey e estudou técnicas do retrato com Warshowski. Em 1955 viajou para a Europa onde estudou, na Academie de La Grande Chaumiere, em Paris por alguns meses.