9 de set. de 2009
TEMPOS NOVAIORQUINOS
Jovem, imigrante nosEEUU, vivendo em New York, 1949, conheci em um concerto
musical, uma linda jovem. Seu nome: Faith Dane.
Começamos a sair juntos e éramos
ambos de uma pobreza franciscana que, em geral derruba mas conosco
ensinou o caminho das pedras.
Faith tentava entrar para o show-business e, naquele tempo, era fácil ver quem o fazia
devido a uma enorme bolsa redonda, uma "chapeleira", onde levava trajes, sapato e
outros itens que poderiam ser precisos numa "audition" ou entrevista para emprego
no palco.
Consigo carregava uma lista de todos os agentes e "shows" sendo montados e,
diariamente fazia uma ronda, neles tentando uma colocação.
Alegre e incrivelmente descontraída, histriônica ao exagero, mais rapidamente do
que uma pessoa demasiado discreta e encabulada, me fez conhecer a cidade.
No verão íamos de carona para o fim de semana em Tanglewood, Mass. onde se
ouvia música sinfônica num enorme parque.
Lá funcionava, como maestro, o nosso Eliazar de Carvalho que eu somente via à
distância. Ele era muito importante.
Dormíamos em depósitos de lenha numa das propriedades comuns no estado e
comíamos quando era grátis ou algo a nós oferecido.
Me recordo que, numa carona de volta para Manhattam, num carro de duas amigas,
soubemos que elas passavam o fim de semana fazendo experiências culinárias.
Naquele fim de semana atacaram os "biscoitos amanteigados".
Com não havíamos comido desde a noite anterior, fomos aceitando provar das
inúmeras latas de diferentes sabores dos "biscoitos amanteigados".
Não sei, durante as duas ou três horas de viagem, quantos e diferentes biscoitos
eu comi.
Depois desse dia e do intenso mal-estar que passei, até hoje, 59 anos passados,
evito olhar para algo que se pareça com um biscoito amanteigado.
Mudei-me para a Califórnia e nunca mais a vi.
Ontem, vendo a foto que tiramos juntos em Washington Square, no Village de NYC,
pensei na moça.
Entrei no Google e, surpresa, encontrei extenso material sobre sua
carreira musical; mas, pelo que li, de médio sucesso.
Tornou-se conhecida mas, pelo que leio hoje, não como e tanto quando desejou.
Acredito que por conta de um retrato que ela pintou de mim (pintava, tocava piano,
dançava e atuava) me interessei pelo desenho e pintura.
New York, 1949. Bons tempos com Faith Dane.
musical, uma linda jovem. Seu nome: Faith Dane.
Começamos a sair juntos e éramos
ambos de uma pobreza franciscana que, em geral derruba mas conosco
ensinou o caminho das pedras.
Faith tentava entrar para o show-business e, naquele tempo, era fácil ver quem o fazia
devido a uma enorme bolsa redonda, uma "chapeleira", onde levava trajes, sapato e
outros itens que poderiam ser precisos numa "audition" ou entrevista para emprego
no palco.
Consigo carregava uma lista de todos os agentes e "shows" sendo montados e,
diariamente fazia uma ronda, neles tentando uma colocação.
Alegre e incrivelmente descontraída, histriônica ao exagero, mais rapidamente do
que uma pessoa demasiado discreta e encabulada, me fez conhecer a cidade.
No verão íamos de carona para o fim de semana em Tanglewood, Mass. onde se
ouvia música sinfônica num enorme parque.
Lá funcionava, como maestro, o nosso Eliazar de Carvalho que eu somente via à
distância. Ele era muito importante.
Dormíamos em depósitos de lenha numa das propriedades comuns no estado e
comíamos quando era grátis ou algo a nós oferecido.
Me recordo que, numa carona de volta para Manhattam, num carro de duas amigas,
soubemos que elas passavam o fim de semana fazendo experiências culinárias.
Naquele fim de semana atacaram os "biscoitos amanteigados".
Com não havíamos comido desde a noite anterior, fomos aceitando provar das
inúmeras latas de diferentes sabores dos "biscoitos amanteigados".
Não sei, durante as duas ou três horas de viagem, quantos e diferentes biscoitos
eu comi.
Depois desse dia e do intenso mal-estar que passei, até hoje, 59 anos passados,
evito olhar para algo que se pareça com um biscoito amanteigado.
Mudei-me para a Califórnia e nunca mais a vi.
Ontem, vendo a foto que tiramos juntos em Washington Square, no Village de NYC,
pensei na moça.
Entrei no Google e, surpresa, encontrei extenso material sobre sua
carreira musical; mas, pelo que li, de médio sucesso.
Tornou-se conhecida mas, pelo que leio hoje, não como e tanto quando desejou.
Acredito que por conta de um retrato que ela pintou de mim (pintava, tocava piano,
dançava e atuava) me interessei pelo desenho e pintura.
New York, 1949. Bons tempos com Faith Dane.
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Quem sou eu
- carlos
- SILVA COSTA - Pintor, nascido em São Paulo, Brasil, em 1927. Morou e estudou no Rio de Janeiro até 1949 quando viajou para os EEUU. Estudou desenho e pintura no Institute of Mechanics and Tradesmen em Nova Iorque, mudando-se em 1950 para a California, Carmel-by-The-Sea onde trabalhou e estudou desenho e pintura. Trabalhou na Army Language School na vizinha cidade de Monterey e estudou técnicas do retrato com Warshowski. Em 1955 viajou para a Europa onde estudou, na Academie de La Grande Chaumiere, em Paris por alguns meses.
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