15 de jan. de 2011

A SOLIDÃO DO E-MAIL

                    15mar09

O correio eletrônico, o nosso bom EMAIL, parece estar à beira da morte com uma diminuição notável no número de mensagens que agora recebemos a cada dia.

A verdade é que pouca novidade aparecia e os assuntos, mesmo variando o título, se repetiam. Mudavam os nomes mas o desfecho das estórias se repetiam.

Não sei se a freqüência com que usávamos o e-mail era natural ou forçada porém a cada dia vê-se que está diminuindo. Tem dia que somente aparece uma conta a ser paga. E olhe lá!

Da mesma forma que no meio dos mais animados carnavais há muita solidão, a troca de mensagens, embora os assuntos fossem batidos, ainda assim sentia-se algum “calor humano”.

Mas a coisa esfriou.

A moçada, esperta que é, se mudou para os twitters e facebooks rapidamente onde dão conta do que fazem, dizem, acham, aprovam, gostam, querem e de quem são amigos.

O tempo melhora e faz menos frio.

Criam clubes virtuais, mostram suas fotos, jogam jogos e, passando para o lado sério, trocam mensagens de ajuda mútua e de interesse geral.

Como acima escrito se refere mais a mim mesmo, eu, o velho eremita que mora no morro e vive do que já deixou de ser, fui buscar companhia eternética (termo recém criado) em uma dessas jogadas: o Face Book.

Me inscrevi, disse quem sou, onde e como vivo, do que gosto em matéria de livros e música, e, como coisa mágica, me apareceram dezenas de amigos, mais meus do que, ingrato que sou, eu deles.

Tentei jogar o jogo imitando o que via meus  amigos fazendo. Mas sou desajeitado e, embora altamente crítico e cruel em meus julgamentos, tentei chutar com os dois pés e, como em Roma, fazer como os romanos. Tentei mas não gostei de mim, nem do que eu estava fazendo. Era forçado.

Pensei, pensei e resolvi voltar para o velho e-mail.

Foi aí que a coisa pegou. Quem entra no FaceBook vai aprender o que é bom para a tosse.

Se quiser sair, tem que dizer por que razão. Você diz, repete, diz de novo, e ainda assim a coisa não desgruda. Você, depois que imagina que está livre, tenta entrar no Google e. advinha o que aparece na tela!  Pode fazer o que quiser que não desgruda.

Desesperado pois não mais consegue se livrar do bicho, tenta cancelar o Google para, uma vez desligado, voltar depois mais leve.

Ledo engano. O seu Windows XP sofreu um acidente e está paralítico e hemorrágico. (Um pouco de exagero, é verdade, mas experimente e verá!).

Tendo perdido acesso a minha página e meu blogger, tive que re-instalar o meu dico C, esse onde estão os programas do Windows.

Tenho que aprender a somente pendurar meu chapéu onde posso alcançar.

XXXXXXXXX  Rio 15 JANEIRO  2011 XXXXX

Um comentário:

roberta disse...

Muitos risos...
Desculpa, faço idéia do que esteja passando, mas ainda assim é engraçado imaginar sua situação.
As pessoas que conheço vivem me convidando para participar disso e daquilo, mas nunca aceito. A grande verdade é que já não tenho paciência nem para o Orkut, que dirá para participar de outros do tipo.
Sempre gostei mais das cartas manuscritas do que dos e-mails, porque sempre me parecem frios e apressados demais, o que me causa um sentimento de abandono e menos amor, mas ou aceito essa minha realidade ou fico sozinha de vez. E eu que imaginava ser esquisita e exigente demais... É um alívio ler seu texto e me sentir tão somente normal. A modernidade caí sobre todos como uma grande bola de neve, nos embola e nos faz descer morro abaixo, misturados como massa de pão sovada e quando não aceitamos as condições impostas, somos tidos como anti-sociais, mas o que a maioria não percebe é que apenas optamos por uma seleção mais apurada com peneiras de furos menores...
Beijo carinhoso,
Roberta Dias

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Quem sou eu

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SILVA COSTA - Pintor, nascido em São Paulo, Brasil, em 1927. Morou e estudou no Rio de Janeiro até 1949 quando viajou para os EEUU. Estudou desenho e pintura no Institute of Mechanics and Tradesmen em Nova Iorque, mudando-se em 1950 para a California, Carmel-by-The-Sea onde trabalhou e estudou desenho e pintura. Trabalhou na Army Language School na vizinha cidade de Monterey e estudou técnicas do retrato com Warshowski. Em 1955 viajou para a Europa onde estudou, na Academie de La Grande Chaumiere, em Paris por alguns meses.