23 de jan. de 2011

CHAPÉU DE CHILE NA NOITE . . .

chile

É moda (masculina) na Cidade do Rio de Janeiro, não sei se em outros cidades,  usar chapéu de Chile mesmo à noite, em restaurantes ou casas noturnas.

Tenho a impressão de que o cara, assim, se acha mais atraente.

Mas, como usar um chapéu dentro de casa, num ambiente fechado,à noite, sem sol nem chuva, me parece um contra-senso, fiquei observando quem o faz ou passa a faze-lo, e não pude evitar de pensar que os novidadeiros querem se tornar galãs da noite. .

E isso não é crime nem pecado.

Embora acredite em tudo até aqui dito, curioso, foi procurar no Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo, o que ele escreve sobre o chapéu.

Diz ele: - Representa a criatura humana!

Representa a cabeça, sede do juízo, do raciocínio, da vontade.

Outrora, como toda a gente não dispensava o chapéu, sair sem ele significava sair sem cabeça, andar sem a cabeça.

- "Perdeu a cabeça?" ou "Perdi minha cabeça!" - eram frases alusivas ao uso do chapel.

Tollenare, que residiu no Recife de 1816 a princípios de 1817, narra a história de  um curandeiro que, não podendo ir pessoalmente atender a uma mulher que fora mordida por uma cobra e já quase agonizava, enviou seu chapéu.

Puseram-no na cabeça da moribunda e esta escapou e reviveu.

(ANTOLOGIA DO FOLKLORE BRASILEIRO, 72)

Mulher não punha chapéu de homem na cabeça porque:

a) brigava com o dono; b)  fazia mal.

Estar à mesa com chapéu à cabeça afugentava Jesus Cristo ou o Anjo da Guarda que sempre assiste às refeições.

Entrar com o chapéu na cabeça dentro de casa é chamar a morte ou a infelicidade nos negócios ou na saúde.

Os discípulos de Freud dizem que o chapéu, a representação do corpo, é símbolo fálico.

Um sinal dá-lhes razão: - chapéu colocado ao inverso diminui a potência ou a anula para ato subseqüente.

Nos contos populares há, entre os objetos mágicos,  o chapéu que torna invisível o seu portador

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Agora veja você como alguém pode se alongar ao implicar com quem usa chapéu de Chile para ficar mais bonitinho.  Pode??

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Um comentário:

roberta disse...

Quanta coisa sobre chapéu! Eu só uso para proteger a minha cucuruca do sol ou da chuva. Agora pior que usar chapéu como "acessório" para se sentir mais bonitinho e usar óculos escuro de noite. Terrível! Mesmo no sol não gosto quando as pessoas não os tiram enquanto conversam comigo, porque gosto de olhar nos olhos quando falo com alguém. Mania minha? Loucura? Educação? Sei lá...
Beijo carinhoso,
Roberta Dias (eterna aluna e amiga do Marcelo Pinheiro)

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SILVA COSTA - Pintor, nascido em São Paulo, Brasil, em 1927. Morou e estudou no Rio de Janeiro até 1949 quando viajou para os EEUU. Estudou desenho e pintura no Institute of Mechanics and Tradesmen em Nova Iorque, mudando-se em 1950 para a California, Carmel-by-The-Sea onde trabalhou e estudou desenho e pintura. Trabalhou na Army Language School na vizinha cidade de Monterey e estudou técnicas do retrato com Warshowski. Em 1955 viajou para a Europa onde estudou, na Academie de La Grande Chaumiere, em Paris por alguns meses.